Os contaminantes emergentes (CEC) representam um risco potencial para a saúde humana e ambiental. A biorremediação por microalgas é uma abordagem promissora para transformar ou remover contaminantes do ambiente, contribuindo ao mesmo tempo para a economia circular.
Neste estudo, a espécie Nannochloropsis sp. foi eficazmente utilizada para a remoção simultânea de seis CECs: paracetamol, ibuprofeno, imidaclopride, metilparabeno e bisfenol A a 10 μg mL-1 e triclosan a 0,5 μg mL-1 de águas residuais sintéticas, que foram capazes de sobreviver sob tais concentrações, superiores às comumente encontradas no ambiente (até 2,82 μg mL-1 de metilparabeno).
Elevadas eficiências de remoção foram alcançadas para metilparabeno (100%) e bisfenol A (93 ± 2%), enquanto que para imidaclopride, paracetamol e ibuprofeno, 30 ± 1%, 64 ± 2% e 49 ± 5% foram removidos, respectivamente. Os principais ácidos gordos identificados após a bioremediação foram os isómeros do ácido hexadecadienóico (C16:2), o ácido palmítico (C16), o ácido linoleico (C18:2) e o ácido -linolénico (C18:3).
Verificou-se a ausência de ácido oleico e de ácido esteárico, o que sugere uma alteração do perfil lipídico devido à exposição a contaminantes. Ao explorar a quantificação dos ácidos gordos em trabalhos futuros, podem ser exploradas potenciais aplicações para os lípidos extraídos, reforçando a viabilidade deste processo circular.